quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Insetos e otras cositas más

 
Que atire a primeira pedra aquela que nunca deu um grito no quarto, banheiro, sala ou cozinha, porque um monstro horrível ameaçava sua vida (ou sua sanidade mental). Chamar o namorado, o pai ou o marido parece a única saída nessas horas, ou pelo menos a mais rápida, uma vez que a polícia e os bombeiros levarão alguns minutos para atender o chamado. Esta é mais uma história da Léia e lembrei-me dela pois acabo de executar uma mortal chinelada num inseto estranho que contrastava com o azulejo branco da cozinha.
Tenho um grupo de amigas com as quais faço agradáveis reuniões semanais. Mesmo com a vida corrida, acabamos dando um jeitinho de tomar um café e colocarmos a conversa em dia. E foi num desses encontros, em uma pequena padaria perto da casa da Sônia, que eu, a Léia e a Nanda, conversamos sobre insetos. Como essa história ocorreu no primeiro semestre do ano, não me recordo de como esse assunto começou.
A Léia não é daquelas mulheres cheias de fricotes que não podem ver uma barata. Ela já matou algumas (já presenciei o fato) e chegou a acampar algumas vezes, o que prova até uma certa coragem para enfrentar bichos esquisitos.
Era uma noite comum, em que ela e o marido estavam em casa e o bebê brincava tranquilo no bebê conforto. Léia foi até o banheiro e viu um desses seres-escuros-e-alados-que-não-se-enquadram-dentro-da-categoria-de-espécies-conhecidas-por-simples-criaturas-urbanas. Léia gritou, chamando o marido, que numa vergonhosa má vontade foi até o banheiro e matou o invasor. Claro que não sem antes disparar: “Foi pra isso que você me fez vir até aqui?”, com ar de desdém. A Léia ficou arrasada. Preferia ter sido devorada pelo bicho. Eu fiquei triste, mais uma vez, pela Léia, mas o comentário da Nanda revelou com maestria o que todas nós sentimos.
- Esses homens são mesmo uns acomodados. Na fase da conquista, no início do namoro, sentem-se verdadeiros heróis quando chamados para matar uma baratinha. Quando estão casados, ou o namoro já tem um certo tempo, o papo muda e prevalece o “te vira”.
A Léia é uma santa. Vai acabar sendo canonizada. Ficou magoada com a falta de sensibilidade do marido e sua grosseria, mas deixou mais essa passar.
Hello, meninos, nós podemos matar baratas e outros insetos, mas ADORAMOS quando vocês fazem isso por nós. Gostamos de cavalheirismo. Sabemos que é um trabalho sujo (literalmente), mas alguém (e que sirva a carapuça) tem que fazê-lo.
O encontro com as meninas terminou pouco depois dessa conversa, porém, até hoje, recordo do episódio narrado pela Léia.
E a dúvida a me atormentar é: “Não sei se caso ou compro uma bicicleta”.



Beijos apimentados,
Jo

4 comentários:

  1. Tenho verdadeiro PAVOR de barata, grito mesmo, faço escandâlo mesmo e quem quiser que ache ruim. Tudo na fase de namoro é bom demais, tudo cheira a rosas, mas a convivência, algumas vezes, baldeia o coreto.

    Espero não perder contato, Jo.

    Beijo.

    Rebeca

    -

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  2. Oi, Rebeca!!!
    Começo de namoro é sempre flores, né? Mas, com o tempo, poucos casais conseguem manter o romantismo. E faça escândalo, fofa, se essa é você. ;) A gente não pode ficar se podando, deixando de ser quem somos, por causa do outro (por mais amor que tenhamos). Obrigada pelo comentário. Desejo-lhe um ótimo sábado!
    E não vamos perder contato.
    Beijoquinhas apimentadas,
    Jo

    ██                ██

    Olá, Camila,
    Seja bem-vinda! =] Muito obrigada pelo elogio! Espero tê-la sempre por aqui.
    Um ótimo sábado pra você!

    Beijoquinhas apimentadas,
    Jo

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